O advogado Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho, especialista em Direito Eleitoral, analisa com profundidade os impactos da captação ilícita de sufrágio, prática que compromete a integridade das eleições e pode gerar a cassação de mandatos. Essa conduta, vedada pela legislação, envolve a oferta de bens ou vantagens em troca de votos, sendo combatida de forma rigorosa pela Justiça Eleitoral. Nos últimos anos, a jurisprudência evoluiu no sentido de ampliar o conceito dessa infração, exigindo atenção redobrada por parte dos candidatos e suas equipes de campanha.
Jurisprudência atual sobre a captação ilícita de sufrágio
A jurisprudência recente tem se consolidado no sentido de que não é necessária a efetiva concretização da troca de benefícios por votos para que se configure a captação ilícita de sufrágio. Basta a promessa ou oferta realizada de forma clara e direcionada ao eleitor. Segundo Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem reafirmado a importância de preservar a liberdade do voto, mesmo diante de práticas dissimuladas ou indiretas.
Ademais, houve um aumento na fiscalização digital, com a utilização de redes sociais e aplicativos de mensagens como meios para identificar possíveis ilícitos. De acordo com o especialista, mesmo ações aparentemente inofensivas, como a distribuição gratuita de brindes personalizados, podem ser interpretadas como tentativa de influenciar o voto, dependendo do contexto.
Riscos jurídicos e consequências para candidatos
O reconhecimento da captação ilícita de sufrágio acarreta severas penalidades, incluindo a inelegibilidade por oito anos e a cassação do registro ou diploma do candidato. Essa sanção independe da comprovação de dolo ou da obtenção de votos por meio da prática ilícita. Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho frisa que a responsabilidade eleitoral é objetiva nesse caso, o que exige dos candidatos uma conduta ainda mais prudente durante todo o período eleitoral.
Cabe ressaltar que, uma vez instaurado o processo, a ampla produção de provas é permitida, e a atuação do Ministério Público Eleitoral tem se mostrado cada vez mais ativa. Nota-se que o preparo prévio e o acompanhamento jurídico contínuo são essenciais para evitar riscos e garantir a legalidade das ações.

Medidas preventivas para campanhas eleitorais
Para evitar a captação ilícita de sufrágio, é fundamental que os candidatos adotem uma série de medidas preventivas. Primeiramente, deve-se realizar um planejamento detalhado das ações de campanha, com a orientação direta de um advogado eleitoral. Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho ressalta que treinamentos com a equipe e a elaboração de manuais de conduta interna são estratégias eficazes para reduzir falhas e afastar interpretações equivocadas por parte da Justiça.
Adicionalmente, é indispensável documentar todos os gastos e ações promocionais, respeitando os limites e regras definidos pela legislação. O controle rigoroso da distribuição de material gráfico, brindes e benefícios sociais, especialmente em parceria com agentes públicos, também precisa ser observado com cautela.
Conscientização do eleitorado e ética na campanha
Outro ponto essencial na prevenção à captação ilícita de sufrágio está na conscientização dos próprios eleitores. É dever das campanhas promoverem práticas éticas, respeitando o voto como expressão livre da vontade popular. O Dr. Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho analisa que campanhas sustentadas em propostas concretas e diálogo transparente com a população tendem a reduzir a margem para denúncias e questionamentos judiciais.
O fortalecimento da ética nas campanhas também contribui para a legitimidade do processo democrático. Dessa forma, candidatos que prezam pela lisura e conformidade legal não apenas evitam sanções, como também constroem uma imagem política sólida e confiável junto ao eleitorado.
Atuação jurídica como pilar da legalidade eleitoral
A compreensão aprofundada da jurisprudência sobre captação ilícita de sufrágio, aliada à adoção de práticas preventivas, é essencial para garantir a conformidade das campanhas. Como aponta Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho, o cenário atual demanda uma postura proativa e criteriosa por parte dos candidatos, que devem estar atentos às mudanças na interpretação judicial e aos riscos implicados em cada ação.
Ao alinhar estratégia política com a legislação eleitoral vigente, os candidatos asseguram a regularidade de suas campanhas e contribuem para a integridade do processo democrático brasileiro.
Autor: Andrey Petrov