Superdotação é um tema que ganha cada vez mais relevância em discussões sobre educação, neurodiversidade e desenvolvimento humano. Alexandre Costa Pedrosa destaca que a alta habilidade nem sempre é acompanhada de identificação adequada, o que leva muitos indivíduos a permanecerem despercebidos ao longo da vida. Neste artigo, você entenderá por que tantos superdotados não são reconhecidos, quais sinais costumam ser ignorados, como a escola e a família influenciam esse cenário e por que a identificação correta transforma trajetórias.
O que realmente significa ser superdotado?
Ser superdotado vai muito além de apresentar desempenho escolar elevado ou facilidade em matérias específicas. Envolve capacidades cognitivas, emocionais ou criativas acima da média, que podem se manifestar de formas diversas. Pessoas superdotadas podem demonstrar pensamento acelerado, aprendizado intuitivo, criatividade excepcional e grande sensibilidade emocional. No entanto, essas características nem sempre se encaixam nos padrões tradicionais de avaliação.
Conforme explica Alexandre Costa Pedrosa, muitos superdotados são confundidos com alunos desatentos, ansiosos ou dispersos, quando, na verdade, possuem funcionamento mental diferenciado. A ausência de identificação ocorre por diversos motivos. Em muitos casos, a escola prioriza o desempenho regular e não investiga as razões por trás de comportamentos atípicos. Alguns superdotados apresentam desempenho comum, porque se sentem desmotivados ou entediados com atividades repetitivas.
A superdotação sempre está associada a bom desempenho escolar?
Não. Este é um dos mitos mais prejudiciais. Muitos superdotados apresentam dificuldades acadêmicas justamente por não receberem estímulos adequados. É comum que se frustrem com tarefas simples, que consideram pouco desafiadoras, ou tenham dificuldades emocionais que afetam o desempenho escolar. Além disso, alguns possuem habilidades extraordinárias em áreas específicas, mas não demonstram o mesmo rendimento em todas as disciplinas.

Alexandre Costa Pedrosa enfatiza que a superdotação é diversa e que cada indivíduo tem um perfil único, o que exige avaliação especializada e sensível. Existem sinais comuns, mas frequentemente mal interpretados. Entre eles estão questionamentos profundos, sensibilidade elevada, necessidade de entender o funcionamento de tudo, curiosidade intensa, pensamento abstrato precoce, foco prolongado em temas de interesse e baixa tolerância à frustração. Em alguns casos, esses comportamentos são confundidos com rebeldia, ansiedade ou transtornos de atenção.
A superdotação pode vir acompanhada de outros desafios?
Sim. Muitos superdotados apresentam o chamado “duplo excepcional”, quando alta habilidade convive com dificuldades como TDAH, dislexia, ansiedade ou diferenças sensoriais. Essa combinação pode mascarar o potencial e gerar interpretações equivocadas sobre o comportamento. Por isso, é fundamental que avaliações sejam conduzidas por profissionais experientes, capazes de identificar perfis complexos. Alexandre Costa Pedrosa ressalta que compreender o indivíduo de forma integral é essencial para não reduzir sua experiência a diagnósticos isolados.
Para Alexandre Costa Pedrosa, o reconhecimento da alta habilidade abre portas para desenvolvimento emocional, acadêmico e profissional. A partir dele, é possível oferecer desafios apropriados, ambientes estimulantes e suporte psicológico que fortaleçam a autoestima. Quando entendem sua forma singular de pensar, superdotados desenvolvem mais segurança e senso de identidade. Além disso, escolas e famílias podem ajustar práticas para promover crescimento saudável. Essa compreensão elimina frustrações acumuladas e permite que talentos antes invisíveis floresçam.
Em suma, a invisibilidade dos superdotados é resultado de falta de informação, avaliações inadequadas e estereótipos persistentes. Reconhecer a diversidade de manifestações da alta habilidade é essencial para romper esse ciclo. Com conhecimento, sensibilidade e apoio especializado, é possível criar ambientes que valorizem potencial, respeitem diferenças e promovam desenvolvimento pleno. Assim, muitos indivíduos que antes eram invisíveis passam a ser vistos em sua total potência, transformando não apenas suas próprias vidas, mas também contribuindo de forma significativa para a sociedade.
Autor: Andrey Petrov
