Princípio da insignificância: a chave para descomplicar processos judiciais

Andrey Petrov By Andrey Petrov
Carlos Alberto Arges Junior

Conforme evidencia o advogado Carlos Alberto Arges Junior, o princípio da insignificância tem sido amplamente discutido no âmbito do direito penal como uma forma de evitar punições desproporcionais para infrações de menor gravidade. Ele permite que determinadas condutas consideradas irrelevantes para o direito penal sejam afastadas da punição estatal. Mas como esse princípio é aplicado e quais são seus limites?

O que é o princípio da insignificância?

O princípio da insignificância é uma construção jurídica que busca excluir da esfera penal condutas que não causam dano relevante à sociedade. Ele está relacionado ao princípio da intervenção mínima, segundo o qual o direito penal deve ser utilizado apenas quando estritamente necessário, evitando a punição de infrações irrelevantes.

Para que o princípio seja aplicado, é preciso que a conduta não tenha causado prejuízo significativo, explica o Dr. Carlos Alberto Arges Junior. O agente não pode apresentar reincidência habitual e não pode haver risco à ordem social. Dessa forma, pequenos furtos e infrações de baixo impacto podem ser afastados da persecução penal, garantindo maior racionalidade na aplicação da lei.

Carlos Alberto Arges Junior
Carlos Alberto Arges Junior

Como a jurisprudência aplica esse princípio?

A jurisprudência brasileira tem adotado o princípio da insignificância em diversos casos, especialmente em crimes patrimoniais de pequeno valor. O Supremo Tribunal Federal (STF) já consolidou entendimento de que furtos de bens de valor irrisório, por exemplo, podem ser considerados insignificantes e, portanto, não puníveis.

No entanto, a aplicação não é automática, frisa Carlos Alberto Arges Junior. Cada caso é analisado individualmente, levando em conta fatores como a reincidência do réu, a intenção criminosa e o contexto social. Em algumas situações, mesmo infrações de baixo valor são punidas quando há outros elementos que justificam a intervenção penal.

Quais são os limites da aplicação desse princípio?

Apesar de sua importância, o princípio da insignificância possui limites que impedem seu uso indiscriminado. Um dos principais critérios para sua não aplicação é a habitualidade criminosa do agente, já que pessoas com histórico de reincidência dificilmente se beneficiam desse princípio, pois a repetição da conduta sugere uma ameaça à ordem pública.

O doutor Carlos Alberto Arges Junior destaca que crimes que envolvem violência ou grave ameaça à vítima geralmente não podem ser considerados insignificantes. O direito penal tem o papel de proteger bens jurídicos essenciais, e nesses casos, a intervenção do Estado é necessária para garantir a segurança da sociedade e das vítimas envolvidas.

Por fim, o princípio da insignificância é uma ferramenta essencial para garantir que o direito penal atue de forma proporcional e racional. Sua aplicação evita punições desnecessárias e alivia a sobrecarga do sistema de justiça. Para o advogado especialista, Carlos Alberto Arges Junior, ele deve ser utilizado com cautela, respeitando seus limites e garantindo que sua adoção não comprometa a segurança e a ordem social.

Instagram: @argesearges

LinkedIn: Carlos Alberto Arges Junior

Site: argesadvogados.com.br

 

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